Área particular. Mantenha-se afastado!

Era uma vez um Dominador nada louco que fundiu a fantasia com a verdade e aqui vem contar algumas de suas disparidades.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Dom Demétrius e Jezebel – a insubmissa [Parte 005]

Dom Demétrius e Jezebel – a insubmissa – [Parte 005]





Jezebel assustava-se com tudo. Sua mente jogava mais que seu corpo. Qualquer movimento, qualquer ação fazia com que sua mente fosse muito mais além que seu corpo. Naturalmente, a submissa tinha predisposição a temer a morte, tudo era sinônimo de morrer. Depois dos dentes ela ainda experimentou várias camisolas. Ele a fazia vestir, desfilar, mostrar, comentar e tirar. Foram mais de 10 camisolas. Umas lindas, outras bregas, outras mais comuns. Ela cansava, Ele pedia mais. Cada camisola um tempo, cada tempo, um esforço, cada esforço diminuía sua reserva de energia. Em uma situação comum, ela até apreciaria esse jogo, mas a postura de Dom Demétrius, Seu olhar, Seus pedidos de posições que podiam ser vistas como constrangedoras e seus comentários explorativos, reveladores, alguns até chulos, faziam com que ela sentisse o uso na pele. Ele não escondia que tudo ali era para o Seu prazer. Se ela tivesse prazer seria bom, mas se não tivesse, não seria problema (ao menos para Ele, não). A sala era enorme, havia uma passarela de pedras muito bem feita. Pedras coloridas que faziam um mosaico no chão. Era nele que ela passeava com cada uma das camisolas. Depois de experimentar muitas, Dom Demétrius diz que uma ficou boa e levanta-se. De um salto, coloca uma coleira nela, força sua ida para o chão, coloca uma guia.
- Vamos ver se de quatro essa camisola fica boa, Jezebel.
Ele a puxa pela passarela e ela, resistente no início, mas solta no final, vai. Não queria colocar os joelhos no chão, mas a um comando Dele, não somente coloca como abaixa a cabeça. Esse era um dos jogos que ela sempre dizia que não faria. Não via sentido em se comportar como um cão.
O problema era que, com Demétrius, ela conversou sobre tudo, menos sobre as questões de jogos propriamente dita. Não haviam combinado nada, nada foi fechado, acordado, selado. Era o jogo pelo jogo. A ela só restava jogar. Ele mandava que rebolasse, que latisse. Dava comandos secos como se dá a um cão. Não pedia para parar, apenas puxava a coleira. Uma volta naquela passarela de uns 13 metros, duas voltas, três, mais, mais. Ela estava cansada, com os joelhos doendo.
- Senhor, não agüento mais.
- Então é agora que começarei a me divertir, Jezebel. Vamos dar mais algumas voltas. Por favor, me siga.
Ela não tinha escolha senão seguí-lo.
Mesmo o chão estando impecavelmente limpo, a camisola já tinha marcas de piso, amassados de uso e alguns pequenos rasgos. Os seios de Jezebel, embora pequenos, já haviam saído do lugar algumas vezes. Ela dava o jeito dela para ajustar, mas saíam de novo. Mesmo a posição não favorecendo que Ele visse, Ele via a tudo e se divertia por dentro.
Depois de algumas voltas, Ele a conduziu para o mesmo tanque onde ela escovava os dentes e a mandou repetir o ato. Da mesma forma e qual um dejavu, Jezebel seguiu. Escovava os dentes sem muito entendimento da ordem, do porquê. Apenas obedecia.
Enquanto escovava, Ele batia em sua bunda com as mãos. Chegou a levantar seu vestido, mas somente olhou e bateu mais ainda. Jezebel tinha um misto de repulsa, prazer, vontade de mais, vontade de mais nada. Intimamente algo lhe dizia que aquele era seu caminho, mas seu orgulho social, seu brio de mulher, sua tão comum postura de master a fazia refletir. Embora meio a dor, ao desconhecido e seu turbilhão de sentires, ela pensava. Mas todas as vezes que O olhava com o intuito de reclamar, seu coração apertava e seus olhos baixavam.
Não, Jezebel não estava dominada, mas estava dominando-se. Seu caminho era trilhado na dor do prazer de outro. Um outro que podia ser qualquer um, mas que ali era um Senhor. Um Senhor que nem mesmo podia receber o título de posse e ser chamado de seu.
A submissa deu um tempo para que o ritmo diminuísse, para que a ardência cessasse, mas isso não ocorreu. Aquele homem mais parecia uma máquina de bater e batia. Inicialmente protegeu as nádegas com as mãos, mas diante da ordem para recolher as mãos e a forte ardência, ela virou-se. Com um rosto similar a um animal em fúria e pronto para um contra ataque ela O olhou dentro dos olhos. Firmemente. Ele estava sorrindo e ironicamente pareceu ler seus pensamentos. E ao contrário do esperado, que seria conduzí-la a um acolher, Ele a incitou contra si mesmo.
- Vai, Jezebel. Solta sua fúria e ataca-me.
Ela não falou absolutamente nada, mas seu olhos vertiam sangue de ódio, a luz do pedido de vingança, sua pele suava o líquido do veneno que brilha naqueles que cegam diante de necessidades mais animais que humanas. Ele segue.
- Vem, bicho! Solta-se na selva e atormenta seu adversário em nome da carne que alimenta a carne. Faz valer a regra da cadeia alimentar: mate para proteger, mate para comer. Mate!
Sua voz era mansa, irônica, firme e nada amedrontada. Ela entrou fundo naquela mulher, ouviu cada uma delas, sentiu a ironia, sentiu-se diminuída, humilhada e armou os ombros, fechou os punhos, trincou os dentes.
- Isso, Jezebel... Você não é humana, é bicho. Muito mais bicho que qualquer outro bicho. Odeie-me, me ataque. Só assim poderá me amar, me proteger. Só assim será mais que serviço, menos que serviçal. Um lampejo deu-se na mente daquela mulher. Viu sua situação, entendeu que aquela era sua posição e que Aquele homem jogava o tempo todo com seu intelecto. Recuou.
- O Senhor me vê como um nada, né?
- A vejo como um campo onde há mata, montanha, espaço.
- O que isso quer dizer, Senhor?
- Que pode ser nada, pode ser tudo. Depende de quem vê e não do que está.
Sem desviar os olhos dos olhos da submissa e num ato tão rápido quanto preciso, solta a cane em sua perna, e segue.
- É mulher, isso por direito, mérito e fato. Quem a olha pode ver uma mulher, mas igualmente pode ver um mundo de possibilidades. Uma amiga, uma mãe, uma parceira, uma empregada. Cada uma delas terá uma (ou mais) serventia, exercerá uma função. Aquele que vê pode pensar-te mulher, mas pode pensar em ti como tudo isso.
- O que o Senhor vê? E pensa?
Ele a olha dentro dos olhos, fica mudo por instantes, respira com barulho, estufa o peito e decide se a resposta será um carinho ou mais uma porrada.
- Vejo uma mulher. Penso em um universo de possibilidades.
Quando ela ia seguir o assunto, provavelmente perguntar mais, Ele a puxa pelos cabelos a faz ajoelhar, coloca seu falo para fora e a faz sugá-lo com força e pressão. O tamanho era suficiente para importunar, a situação na medida para incomodar. Jezebel estava sedenta de sexo. Até aquele momento achava que tudo seria somente dor física, mas Aquele homem a surpreende mais uma vez.
- Chupa, sua puta! Engole-me todo para, me bebendo saber quem sou e talvez achar o caminho de quem é.
Ela estava nervosa com a ausência de ar, as dores nos cabelos e a boca preenchida.
Ela estava nervosa com a essência de par, as cores dos repelos e a força preenchida.
Dom Demétrius não facilitou ao forçar seu falo goela adentro, Jezebel, mesmo sendo uma mulher sexualmente experiente, apreciadora do sexo mais selvagem e crente em sua disposição, arregalava os olhos e separava seu corpo de sua mente e de sua razão. O corpo suava tanto em calafrios quanto em ondas de prazer. Não constante, pior, em pulsos. Sua mente mentia ao afirmar que aquilo era errado, se perdia ao se perguntar se agüentaria mais um pouco. Só mais um pouco. Sua razão, em praça pública, qual um protestante em busca de rebanhos de ovelhas podres, mas que, qual fruta muito madura, ainda serve para um bom doce, discutia consigo mesma. Com o livro mais vendido em mãos bradava que aquele era o caminho da salvação, com o suor de um terno surrado, advertia que o caminho seria duro, mas compensador, pois deles seriam o reino dos céus. Uma loucura em qualquer estação que fosse. A razão ainda dizia para não ir, afinal “quando a esmola é demais...”. Mas quem disse que aquela mulher, com mais horas de cama que qualquer urubu do vôo, era santa? Não, Jezebel não era mais virgem, porém não queria ser taxada de puta.
O Senhor lia a tudo em seus olhos, percebia a inquietação de seus pensamentos, apelava para seu senso comum ao olhar em seus olhos e perguntar se ela queria que Ele empurrasse mais.
Fazer não era problema, Jezebel era refém de seu próprio prazer, o problema instalava-se quando Ele pedia sua cumplicidade.
Não. Ela queria somente obedecer. Ele podia fazer o que quisesse, desde que ela somente obedecesse. Não estava em seus planos pactuar daquele ritual macabro onde o ser humano virava realmente humano. Ela queria ser um reflexo da alta sociedade a qual fazia parte. Uma vítima. E não uma mulher que optou por ser submissa a si mesma.
Mas Ele não facilitava e enquanto ela não respondia, Ele não seguia com a asfixia. Apertava seus mamilos e os puxava para frente, para cima. A dor era parecida com o perfurar de uma agulha, algo que puxava as fibras mamárias e causava uma dor que ia da ponta dos mamilos até a espinha dorsal. Inicialmente fina, sintonizada e até gostosa, mas após passar a barreira dos seios explodia no peito e reverberava, aquecendo, toda a coluna. Doía, aquecia, ardia, queimava. Tudo em explosões, tudo junto, mas cada uma, um tipo de dor em um canal especifico. A analogia seria a de um conjunto musical. A música é única, a harmonia também, mas cada um faz o seu papel, ao seu jeito. Querem um gênero? Jazz! É a melhor definição! A bateria faz a base e cada músico conversa entre si, fazendo do seu jeito. Uns aos solos, outros às harmonias, outros em acompanhamentos (que dão base para mais solos, harmonias e acompanhamentos). Uma única música pode durar muitos minutos e, ao mesmo tempo, parecer várias. Acabou? Não. Jazz é um gênero que nunca acaba. Paramos de tocar, ouvir, mas não paramos de solfejar. Jezebel, cedo ou tarde, cansada ou descansada, aceitava a pergunta e dava sempre uma resposta positiva. De pronto, muitas vezes, Ele seguia e em outras gerava a clareza do ato ao confirmar a certeza da resposta. Ela queria morrer. Assumir que quer mais dor estando sem forças até para respirar?! Pequena pausa e o falo, sempre rijo, entrava com força. Saía babado. De longe, na masmorra, dava para ouvir suas tosses, pigarros e soluços. Música para ouvidos treinados. Treino para ouvidos musicais.
Os olhos daquela mulher eram fontes de rios de lágrimas, seu corpo tremia. Um pouco pela posição desconfortável, um pouco por toda aquela emoção.
Ele a puxa pelos cabelos, ela tenta levantar, mas recebe a ordem para seguir de quatro.
- Vem, cão!
Ele tinha mãos grandes, braços firmes. Seus olhos estavam vermelhos, seu rosto transfigurado, seus cabelos levemente desarrumados e seu terno? Impecável. Um gentleman.
Se o referencial vem dos passos humanos, Jezebel não deu mais que 20 para ir do tanque até um canto escuro de velas, parede em concreto brilhante e acessórios estranhos.
Seus cabelos aliviaram quando ela se posicionou sobre um tapete.
- Fica, cão! Cão fica!
Jezebel sempre odiou jogos que envolvessem qualquer ítem que irracionalizasse sua mente. Querem saber o que ela sentia naquele jogo com Ele?
Prazer. O prazer da espera por mais, era seu companheiro de viagem e melhor amante nas noites escuras de sua mente. Sua mente, aliás, era uma floresta sem mapeamento que crescia sozinha e sem controle. Pragas eram comidas por insetos que eram comidos por pequenos animais que eram comidos por maiores animais que eram usados pelos homens. Como vêem, o topo da cadeia era algo sem pudor, que sabia falar e que usava sua força mental para sucumbir adversários e agregar investidores.
- Olha, cão!
Ela levanta a cabeça e olha à sua volta.
- Três paredes. Ele disse.
Uma com objetos, acessórios e ferramental na própria parede. Será usada de pé.
A do meio com armários. Tudo que é pequeno, transportável. Fica ali.
A outra é solo. Máquinas elétricas, eletrônicas e manuais.
Ela olha a tudo atentamente, Ele fecha seu discurso:
- Aqui é a porta do inferno. Seja bem-vinda, mulher.


(continua na próxima semana?)

Agora sim!

Sexta-feira, parte da tarde, sento para dar sequência.
Prometido!

*sorriso*

(duvido alguém acreditar que "isso" sai)