Área particular. Mantenha-se afastado!

Era uma vez um Dominador nada louco que fundiu a fantasia com a verdade e aqui vem contar algumas de suas disparidades.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Dom Demétrius e Jezebel – a insubmissa [Parte 004]

Dom Demétrius e Jezebel – a insubmissa – [Parte 004]


Quando ela ficou completamente nua e resolveu relaxar, se é que isso era possível naquela situação, Ele – de fato – começa seu jogo.
- Por favor, Jezebel, (disse com voz firme, porém meiga, apontando uma das várias caixas que foram feitas na parede) abra a caixa de número um. Só então ela vira-se acompanhando o jato de água e nota que tem 25 caixas numeradas atrás de si. Abriu a um. Uma bela embalagem. Ela reconheceu o logo e a cor. Era de uma daquelas lojas que eles pararam no caminho. Mas como foram parar ali? Ela o viu sair sem nada, não lembra das embalagens quando voltou ao carro, mas estava perturbada demais para observar algo assim. Antes que pudesse pensar mais... – Abra Jezebel. Ele ordenou.

Era um sabão líquido em uma embalagem pequena e muito bonita.
Sua cor era um creme-rosado-brilhante. Seu cheiro o de madeira de carnaúba depois de uma chuva moderada seguida por sol forte. Sua textura de quero abraçar.
Ela o pegou nas mãos, se virou de frente para Ele. Sentado, mandou que ela lavasse os cabelos com ele.
Assim foi feito. De longe, ele coordenava a água que ia de morna a quente.
- Abra a caixa dois, por favor. É o condicionador.
Ela pensou que ainda tinham 25 caixas e que se fosse abrir uma por uma, a noite iria passar somente no banho, mas pela postura e calma Dele, estava claro que não havia motivos para pressa. Melhor ceder e não correr.
- Enrola os cabelos com esse condicionador e abre, por favor, a caixa oito, Jezebel.
Ao que parecia Ele sabia exatamente o que havia em cada caixa daquelas. Jezebel excitava-se diante da maestria do momento, porém ao mesmo tempo se perguntava se Aquele homem não errava nunca.
Ela fez o que foi ordenado e ao abrir a caixa oito deparou com um sabonete bem pequeno, a cor era de ouro, o sabor de frutas da estação, a textura de poder, o peso da cobiça. Estava claro que era algo caro, desejado por muitos, tido por poucos.
Ela o pegou e quando se virou Dom Demétrius estava, de pé, à frente dela.
Olhando-a dentro dos olhos pausadamente mandou que ela lavasse o corpo com aquele sabão.
Não afastou-se. Olhava a tudo de forma constrangedora, atenta. Ela passava o sabonete, sentia algo sem igual, um frescor, uma carícia de mãos de fada, uma vontade de mais.
Passou sem correr, Ele de frente. Ela tentou virar-se um pouco e com uma cane, que ela ainda não havia visto, Ele a volta à posição anterior. De frente para Ele. Exposta.
Por todo o tempo ela mesclava. Horas estava com a cabeça totalmente baixa, horas levantava, de um salto, e buscava Seus olhos. Ele estava ali. Acompanhava cada movimento, cada gesto.
- Só o corpo, Jezebel. Não use esse caro sabonete para os seios, mão e pés.
Quando ela acabou, dizendo que acabou, Ele a manda passar em locais específicos.
- Não Jezebel, seu pescoço não recebeu a visita do sabonete... Agora, por favor, (sempre com educação e bons tratos) passe na lateral do tronco.
- Não, Jezebel, de baixo para cima... Isso. Assim você colabora com a drenagem linfática e massageia a pele com a finalidade de aumentar e melhorar a circulação.
Falava com propriedade e por ser homem, ao dominar tal tema, constrangia a submissa. Sem saber o que fazer, ela pedia desculpas e obedecia.
- Por favor, não peça desculpas, esses conhecimentos não são para qualquer um.
Ela acredita que tem que revidar e não ficar calada.
- Realmente eu não tenho tempo para aprender essas coisas, Senhor. Tem outras urgências.
- Oras, Jezebel... Ignorarei o fato de ter me chamado de desocupado e seguirei por outro caminho com uma pergunta: Quer dizer que por trabalhar, não precisa se cuidar? Virou européia, mulher? Se enche de perfume para livrar-se da obrigação do banho?
- Não Senhor, o que eu falei foi outra coisa.
Ela não acaba de falar e a cane vai em sua bunda. Ela não esperava e saltou, afastou-se e olhou com ódio.
Ele sorriu. – Então fora ser desocupado, agora também sou mentiroso? Volte aqui, Jezebel, quero bater mais.
- Senhor, em nossas conversas eu falei que não era masoquista.
- Pois é, Jezebel (Ele vai na direção dela e bate mais algumas vezes de forma seguida. A cana assobia no percurso entre o ar e as pernas de Jezebel) eu lembro muito bem que eu falei que era sádico.
Ela fica muda, sente a dor, se curva para amenizar a ardência, olha para Ele e resolve não debater, afinal Ele mostra que além da força, tem disposição para usar a ferramenta mais temida no meio.
- Uma bela maneira de começar, hein!
Ela não segura a língua e solta a dor em uma frase.
- Uma poesia não tem começo, meio ou fim dado pelo poeta. Quem afere, confere e fere isso é o leitor, Jezebel. Se você, minha parceira nessa viagem, diz que comecei bem, agradeço (se curva com ironia), mas ainda não comecei. Você nem mesmo acabou seu banho.
- O que o Senhor quer que eu faça. Ela tenta mudar o rumo.
- Caixa 15, por favor. Ela se afasta, abre a caixa, sem poesia pega o sabão que está lá e espera a ordem. Não ouve nada e se vira.
Exatamente nessa hora recebe um jato de água bem em seu rosto. Forte, preciso e que a afoga por avos de segundos.
Demétrius estava sentado, afastado. Seus passos não eram ouvidos, mas seus atos percebidos.
- Lave os pés, submissa! A voz foi firme.
Assim ela o fez.
Olhava-O e fazia, perdia o equilíbrio e fazia. Se fazia.
Na cabeça de Jezebel tudo aquilo era novo. Sim, já havia jogado algumas muitas vezes, mas aquela meticulosidade, aquele estilo, aquela oscilação, aquela troca de valores, segurança e ritmo eram únicos. Ela debutava.
A água surgia comumente após o uso do sabonete, a mangueira ficava discretamente escondida em suas longas e magras pernas cruzadas.
- Caixa 21, Jezebel.
Ela abriu, outro estilo de sabonete, outro cheiro, outra textura, outro brilho. Ela se virou de pronto e logo Ele ordenou que ela usasse nos seios. Somente nos seios.
Aquela dança de sabonete, aquele observador a sua frente poderia dar a sensação de presídio, de punição, mas Jezebel sentia frescor, sentia-se cuidada como nunca. Era um momento dela. Não haviam telefones tocando, pessoas pedindo, cobrando ou querendo pagar. Os íntimos ficaram de fora, tão de fora que ela estava só. Como nunca ficou.
- Feito! Ele disse levantando-se.
Agora vamos testar as minhas habilidades massoterapêuticas, Jezebel.
A caixa 25 era imensa. Ele mesmo a abriu. Uma maca foi tirada lá de dentro. Com uma habilidade pouco vista, Ele abre a maca e pede que Jezebel deite com a barriga para baixo.
Ele usa os produtos que estão nas caixas 22 a 24.
Ela fica apreensiva, não sabe o que vem.
Ele prepara uma combinação de produtos na cubeta e os leva a seu corpo.
Jezebel tem um misto de medo e prazer. Os produtos eram para uma esfoliação e ao mesmo tempo que ela se deliciava com Suas mãos subindo de suas pernas até seus glúteos imaginava que algo viria.

Os produtos pareciam uma lixa, firme, mas as mãos daquele Senhor eram suaves cadenciadas e bem vindas.
Quando ela menos esperou, recebeu um pingo de vela. Mesmo com seu corpo molhado a vela ardia, queimava, ia.
Vela, esfoliação, vela, esfoliação, cane. A maca tremia com Jezebel, as luzes foram diminuindo, a água banhou seu corpo. Com uma toalha, Ele secou suas costas.
Ela ouviu barulho de luvas sendo manipuladas e postas. O rasgar de plásticos era inconfundível.
- Por favor, Jezebel, fique de quatro.
Ela arregalou seus olhos, mas Ele não tinha acesso a essa visão.
Quando ela estava completamente de quatro, Ele tira da embalagem um anuscópio e começa a introduzir em seu ânus.
Devagar, foram-se todos os milímetros.
Devagar, Jezebel misturava desconforto com prazer. Aquilo era incomum, mas era bom. Era sujo, mas dava prazer.
Ele abriu um pouco mais o anuscópio e além de admirar tudo que havia lá dentro ainda comentava. Isso era o pior para ela.
- É, Jezebel, seu ânus é rosinha por dentro, mas ainda há restos aqui. Vejo bolinhos de restos fecais.
Claro que ela não respondia nada. O calor que fervia seu corpo diante de tais comentários era emudecedor. Não havia como falar.
- Aqui! Bem aqui do lado (Ele falava, apontava e tocava), tem os anéis que quando o pênis toca na vagina dá mais prazer a mulher. Hummm, estou entendendo agora.
Ela não movia um músculo.
- Ah, Jezebel! Você não tem como ver, claro! Peraí.
Ela não queria ver, em definitivo, ela não queria ver!
Os passos afastaram, mas logo voltaram com um barulho de rodas juntos.
Uma mesinha auxiliar, dessas que tem em consultório trazia uma pequena TV preto e branco. Logo Ele a ligou e passando algo frio no ânus da Jezebel, logo ela podia ver seu próprio ânus na TV à sua frente.
Ela não acreditava naquilo e acreditava menos ainda no que sentia. Era prazer. Um prazer ainda não sentido, vivo, presente, único.
Ele apresentava um ar que misturava a empolgação de uma criança e a perspicácia de um sádico.
- Olha, Jezebel! Aqui temos Cripta Anal, a Linha Dentada. Falava, apertava, puxava e batia no aparelho de acrílico que fazia com que seu ânus ficasse aberto.
Ela constrangia, mas intimamente gostava daquele exame minucioso.
Só não sentiu conforto quando sentiu algum líquido entrando.
- Ah, Jezebel, nem avisei. Me desculpe. Preparei um enema de camomila para fazer uma limpeza básica em seu rabo.
O líquido estava pendurado em uma vara parecida com as de soro, mas o balde era grande e não havia líquido que enchesse Jezebel.
Ela teve uma aceleração sem igual em seu coração, sua pele ruborizou, seus ombros fecharam, seus cabeços arrepiaram e sua pele vertia tanta água que não dava para chamar de suor e sim de chuveiro brotador.
Muita água entrou. A mangueirinha foi tirada do buraco aberto pelo anuscópio, a vara foi tirada de perto. Não demorou para Jezebel começar a reclamar de leves cólicas. Mais dois, cinco, sete, nove minutos e o anuscópio foi retirado de si.
- Olha Jezebel, é só descer com cuidado e ir ali naquele cantinho, dá para ver a latrina ali?
Ela não acreditou que teria que fazer aquilo na frente dele, de cócoras.
- Olha Senhor, na sua frente eu não consigo.
- Quem disse que não? Por favor, desça e vamos ver como “ele” se comporta, Jezebel.
Totalmente ruborizada ela desce. Vai agachada até aquele vaso sanitário, com marcas para os pés, posto no chão.
De cócoras, a cólica fica mais forte, porém ela olha para Ele e segura até que não agüenta mais e a vergonha é o alívio de sua dor. Solta.
O barulho é ensurdecedor para ela, Ele sorri, se aproxima, olha, faz graça dizendo que mesmo com a camomila ainda fede muito e pega a mangueira e dá mais um banho em Jezebel. Ela aproveita o barulho da água e solta o que ainda resta. Um alívio sem igual. Na hora não, mas no futuro aquele enema será motivo de muitos orgasmos solitários de Jezebel.
Ele pede para ela pegar uma mangueirinha que está próximo a ela e findar a assepsia.
Ela o faz, recebe uma toalha e a ordem para voltar para a maca.
- Agora de barriga para cima Jezebel.
Constrangida, sentindo-se violada, sem ritmo e quase odiando aquele Senhor, ela deita de barriga para cima.
Sem demora a maca recebe adendos que a transformam em uma cama ginecológica. Suas pernas são afastadas e levantadas.
As luvas foram trocadas, o aparelho agora é um espéculo vaginal. Tem a mesma função do anuscópio, porém é para uso em local diferente.
Ele introduz, com calma, olhando dentro dos olhos dela, ela gosta daquilo e abre – mais – levemente as pernas.
Após a introdução Ele mexe na base do aparelho e vai abrindo-o e junto afastando os lábios.
Ela tem uma sensação de invasão, o frio entra na fenda nunca tão aberta, nunca tão exposta, nunca tão.
A vergonha se apresenta na tela do olhar Dele. Bastava olhá-Lo para sentir mais frio, mais calor, querer não estar ali. Cadê o botão “invisibilidade on”? Ela se perguntava.
Ele enfiava um pouco mais, a olhava, sorria de canto de boca, abria mais o aparelho.
Quando ela virava o rosto, fechava os olhos, Ele a chamava e comentava algo.
- Seu grelo é assim, Jezebel.
- O rosado de seus lábios é interessante, mas eles, se comparados ao tamanho do clitóris, são pequenos, né?
Ela não conseguia responder, quando muito fazia boca de sorriso. Os dentes não vinham, mas os lábios moviam para o lado.
Interessante, Jezebel, sua gruta está inundando.
Ela se perdeu por completo. Seu rosto era passivo, mas seu corpo estava ativo.
Ele olha bem lá dentro e faz um minucioso relato do que vê. Ela constrange, mas gosta.
- Jezebel, por favor, estica seu braço e abre a gaveta 13. Essa que está com um X.
Ela atende ao pedido Dele com naturalidade, mas assusta-se ao puxar algo pequeno, mas pesado.
- Prendedores, meu amor. Trouxe para você, acredita?
- Ai, meu Senhor! - Ela apavora. Odeia prendedores, não tem resistência para eles.
Ele sorri, chega perto de seu rosto, alisa seus cabelos, beija-lhe, suavemente os lábios e pede. Sim, Ele pede, com carinho e paciência. Mas com uma ironia sem igual.
- Ah, meu amorzinho, deixa eu colocar só um pouco, vai... Juro que coloco só um pouco, tá?
Ela percebe a ironia, mas encanta-se. Como aquele homem pode brincar tanto com ela? Como pode ser tão sádico a ponto de seduzir a mulher afim de dobrar a submissa.
Ela não respondeu e Ele foi ajustando os prendedores e alinhando para colocar.
Foram os dois ao mesmo tempo, mas antes Ele se afastou. Mirou nos seios, mas qual fotógrafo que faz tudo olhando para o visor da câmera, olha em sua gruta.
- Aiiii! Puuuuuuttta que o pariu!
Ele olha bem dentro de seus olhos, não é um olhar de reprovação. Ele curtiu cada pedacinho daquele grito real.
Jezebel tem calafrios por todo o corpo, se contorce. A dor não era seu prazer.
Antes que ela conseguisse se refazer, Ele pega um outro prendedor e coloca em dois de seus dedos. Um de cada pé.
Ela já não sabe se dá atenção aos mamilos ou aos dedos. Para completar Ele quebra os gemidos de dor.
- Você está encharcada, submissa. Lindo de ver.
Mais uma vez Ele pega a câmera, sintoniza, coloca a TV ao alcance dela e a mostra. Jezebel se fascina, a dor não vira prazer, mas é esquecida. Está ali, mas qual criança cansada, não fala nada.
Ela vê, pela primeira vez, seu próprio gozo, sua vulva inundada, vertendo leite branco, qual homem, pelas paredes de si.
O prazer é enorme e aumenta ainda mais quando Dom Demétrius coloca uma pequena cápsula vibradora bem no cume. Ela não suporta, geme, viaja, vai e volta àquele lugar.
Segura firme na maca, rebola um nada sequer.
Com a mão que está livre, Ele coloca um separador bucal em seus lábios. Ela gosta daquilo, se sente vulnerável, volúvel, dada.
Ele coloca uma pequena pedra de gelo em sua boca, e ela fica num engasga não engasga sem igual.
Não sabe se atende aos sinais de dores de seu corpo, ao prazer que a cápsula gera em sua vulva ou ao gelo que a asfixia.
Algo louco, sem igual, mas sentido com intensidade.
Ele aproxima Seus olhos bem próximos aos olhos dela e serenamente dá o comando com força e maestria.
- Escuta, Jezebel. Falarei uma vez só. Não duas, não três. Só uma.
Ela não O ouve, mas entende o que Ele diz. Acena com a cabeça.
- Goza, submissa! Goza, mulher! Goza para mim e não mais para nenhum outro. Goza que te quero ver verter Meu prazer.
Ela assusta, se contorce e sai de si em um gozo nunca antes sentido. A viagem foi longa. Como Ele vai tirando os prendedores aos poucos, não há vontade de voltar. O prazer só aumenta.
Demétrius pega uma vela (sempre de algum lugar, sempre sem preparar nada, parece que tudo fica pronto e quando Ele quer, vem). Não pinga, olha para Jezebel, olha para a vela.
Coloca a vela em um apoio ao lado da maca, tira a cápsula de cima dela e, com movimentos rápidos, imobiliza suas mãos. Um lado, algema, do outro lado, algema.
Na volta para o lado que estava, pega um borrifador. Ao chegar, pega a vela.
- Você tem medo de fogo, Jezebel? Sua voz é serena, seu olhar fixo e no ar uma aura sádica de quem não tem medo do medo que gerará.
Jezebel não intenta o que poderá vir, mas amedronta-se.
- Até hoje, Senhor, não tive medo de fogo.
Sua voz é perdida, ainda não voltou por completo.
- Que bom, mulher, o fogo é uma das descobertas mais antigas e que ainda fascina. É a única entidade que aparece em todas as mitologias e tem passe livre em todas as seitas, filosofias e religiões, é um marco, Jezebel.
Os pensadores vêem nela a luz do saber, os filósofos a luz da metáfora, as crianças o bailar livre, os desesperados a espera do renascimento da fênix, as mulheres o filho.
O fogo é mágico, Jezebel. Na temperatura certa, faz barro virar pedra, cerâmica e luz. Só ele, soberano, forja a espada de um samurai.
Ele se cala, olha dentro dos olhos de Jezebel e borrifando na direção da vela cria uma labareda que a faz pular na maca.
Ela não consegue, pois está presa. Ele repete mais uma, duas, várias vezes e ele se contorce.
- Ué, Jezebel, achei que não tinha medo...
O afastador bucal não a deixa argumentar, Ele ouve grunhidos, tentativas de fala.
- Ah! Você está presa e não pode apreciar o fogo? Entendi.
Ele larga o fogo, solta Jezebel e com a voz tão firme quando doce diz – Fica, cão! Fica!
Seus olhos hipnotizam, ela não ousa se mexer, mas a labareda vai bem próximo a ele. O espéculo em sua vagina incomoda, o afastador incomoda, a louca vontade de ir ao banheiro a incomoda, mas ela já sabe como é o banheiro e não tem motivação para ir.
O fogo avança em sua direção, ela arregala os olhos, tem medo. Ele fica com os olhos fixos, brilhantes. Psicopaticamente brilhantes, um olhar de quem não teme, que ama o medo daquela mulher. Seu peito estufa, parece que o medo dela O abastece.
Ele coloca seu falo para fora. Grande, rijo e mostra o tamanho de seu prazer.
Do extremo do medo, Jezebel vai ao estremo do prazer.
- Se toca, Jezebel. Se toca.
Ela tenta falar algo, não consegue, Ele alinha fogo, borrifador e seu corpo, ela se fasta um pouco, tenta falar de novo.
- Tire isso da boca, mulher. Não vê que eu não entendo esse idioma e quero te queimar?! Ele quase grita, está visivelmente excitado com a possibilidade de queimá-la.
Ela tira o afastador da boca.
- Senhor, por favor, estou com medo.
- Eu também, Jezebel, mas alguém tem que fazer isso. Só o fogo poderá purificar sua alma.
- Aí, meu Deus...
Ela se esquiva, Ele não borrifa, mas alinha, mira, aponta, acerta, espirra álcool nela.
- Eu mandei se masturbar, mulher! Fala alto, mostra aparente descontrole, ela fica completamente arrepiada, suas pernas abertas, ela meio sentada, sem apoio, tenta, mas o espéculo atrapalha.
- Tira! Tira o espéculo, porrraaaa!
Ela até tenta, mas ele não sai.
Demétrius cai na gargalhada. Um riso estridente, gargalhada de psicopata, solta, no ar.
Uma labareda!
- Fogo!!!
Ele grita e gargalha. Ela olha para Ele, olha para o espéculo e de um salto arranca tudo. Quase se traz junto, quase se rasga.
Ele? Ri mais forte e mais alto.
As labaredas não param, cada vez mais próximas de Jezebel. A mão que ia na vulva tenta parar o fogo, mas o fogo não se deixa pegar, passa por sua mão.
Ela faz um gesto de que foi queimada e Dom Demétrius pára para ver.
- Cadê a mão? Queimou?
- Não, Senhor. Senhor, por favor, vamos parar? Que horas tem? Ela está nervosa, tenta conversar.
- É a minha hora, Jezebel! A trouxe até aqui, seu tempo. Deixei que fizesse aquela palhaçada de entra não entra, aceitei seus ares de “puta ofendida” ao dizer que eu não deixava margens para negociação. Oras! Se quer me servir, quer negociar o que Jezebel? E as labaredas não param. Cada vez maiores, cada vez mais próximas, cada vez mais fortes.
- Senhor, eu tenho medo!
Ele começa a dançar e cantar a musica do Raul, Medo de Chuva.

"Eu perdi o meu medo
O meu medo, o meu medo da chuva
Pois a chuva voltando
Pra terra traz coisas do ar."

Cantava segurando vela e borrifador. Jezebel olhava apavorada. Como Ele conseguia tamanha naturalidade naquela hora?
Pensou em pedir para ir embora, despensou, repensou.
- O Senhor ficaria chateado se eu pedisse para ir embora?
- Eu?! De modo algum, mas... a que preço? Ele não parou de dançar, fazia como se ainda ouvisse a música, voltou a soltar as labaredas para o lado de Jezebel e ela, que já estava quase fora da maca, sobe correndo e se encolhe como quem vê um rio de baratas no chão.
- Como preço, Senhor?
- Pois é, eu não te contei. Aliás, eu não te contei nada, né? Chagamos aqui tão apaixonados, tão envolvidos em nós mesmos que nem negociamos. Ele parecia louco. Agora abre a porta de número 19 e pega um cacho de uvas. Come qual um louco de fome. E fala com a boca cheia.
- mas eu sei tudo e posso te passar as regras aqui desse mundo. Aquele que sai antes de eu mandar embora paga com uma tira de couro, umas mechas de cabelo e todas as unhas do corpo, quero dizer, todas as unhas dos pés e das mãos. Bem, se tiver em outro lugar, terá que dar também.
Ela não fala nada. Olha-O fixamente. Medo, pavor, desespero.
Mas, olha, Jezebel, (Ele a abraça. Em uma mão a vela e a uva, na outra o borrifador) eu posso fazer uma coisa legal com você.
- O que, Senhor?
Ele a beija, dado a proximidade, enche a boca de uva, quase queima seus cabelos e propõe algo como quem conversa com uma criança e oferece um brinquedo pela chupeta.
- Meu amor, olha só. Eu sei que tira de couro é muito, entendo que cabelo é coisa séria e mais ainda que unha de mulher não cresce logo, mas... (afasta-se e enche o peito como um vendedor em praça pública), eu posso trocar tudo isso por um banho de fogo. É! Sempre quis ver uma mulher pegando fogo (não dá espaço para ela falar e segue). Faremos assim: eu te encho de álcool, lanço a vela e logo depois eu ligo a mangueira com água. Nem vai te queimar. O que acha?
Ela pensa que aquilo não pode ser verdade. Passa a mão nos cabelos, sente o fogo queimando sua pele, passa as mãos rapidamente no braço e sente a sedosidade deixada pelos sabonetes.
Não, ela não sabe o que responder. E quando a sua confusão mental atinge o ápice, Ele joga tudo para o alto e a conforta: - Calma, Jezebel, eu hein! Estou brincando, pô.
Qual uma pessoa que acabara de receber um espírito, Ele muda da água para o vinho.
- Pára com isso, vai. Quer ir embora, mesmo?
Ela pensa, sorri, vê o papel de bobo da corte que acabou de fazer e sorrindo começa a chorar com força e descompasso.
Ele compadece. – Ah, não Jezebel! Tá chorando porque acha que eu a mandarei embora? Que isso, boba. Você pode ficar, é minha convidada.
A abraça bem apertado, ela chora mais ainda.
Ele olha dentro dos olhos dela. – Acabou... essa parte acabou. Por que chora?
Ela é irônica e tenta mostrar que está tudo bem com sua resposta.
- Eu gosto de chorar, Senhor, é quase um fetiche. Esquenta não.
- Pois é... (ele compra a brincadeira), uma tia minha dizia que só chorava quando não dava para sorrir. Mas, porra, ela não conseguia sorrir nunca.
Ambos caem na gargalhada e Ele a abraça com força.
Passados alguns minutos abraçados, Ele mostra um banheiro ao lado de onde estão. Pede que ela tome um banho de cinco minutos e volte com o vestido que está lá dentro.
Ela pula da maca, sorri, olha para Ele, sorri de novo.
- Posso perguntar uma coisa, Senhor?
- Se falar besteira voltamos para o jogo.
- Como o Senhor consegue ser tão sádico?
- Eu?! A sádica aqui é você, Jezebel.
Ela sai sorrindo e falando sozinha, que tem somente cinco minutos.

Já eram mais de nove horas da noite quando aquela sessão ininterrupta de tortura, banhos, torturas findara.
Ela volta linda do banheiro. Vestido, maquiagem, salto altíssimo.
Um vestido longo, rendado, transparente, creme com verde. Ao descrever pode parecer estranho, mas era lindo. O corpo de Jezebel estava sedoso, ela gostou do vestido.
O usou com prazer e estava admirando-o.
Andou alguns passos, chegou até Ele e com Ele logo estava “na sala” ao lado.
Diferente da sala de banho, ali havia pouca luz. Muitas sobras.
Uma sala ampla, com uma mesa grande. Madeira nobre, vidro, luz de velas com lustres de cristais. A música era um jazz que tocava fundo, bem ao fundo.
Ela se impressionou com tamanho luxo. Uma mesa impecavelmente posta. Mas quem a arrumou?
O fato de, visivelmente ter mais alguém ali a incomodava. Até a mesa podia ser impressão, mas a mesa tão bem posta, e o Senhor não ter saído de perto dela, deixava claro que tinha mais alguém ali.
Quando ela ia sentar-se, Ele pediu que deixasse a pele tocar o estofado da cadeira. Algo comum no meio, mas ela ficou visivelmente constrangida.
- Por favor, Jezebel... Deixe sua pele tocar a pele da cadeira que se segura o corpo.
Ela não segurou a língua e foi direta.
- Senhor, tem mais alguém aqui?
Ela tremia em sua voz, O olhava firme, Ele sorria.
- Sim, Jezebel.
Ela solta o ombro em alívio, mas não durou muito, pois Ele continuou:
- Tem todas as personas que habitam a mim e a você.
- Não é disso que falo Senhor...
Ela é interrompida:
- Vamos comer, não quero que esfrie, Jezebel.
Ela se arruma para comer quando sente a cane levantar seu vestido. Pelo vidro da mesa pode ver que era uma vara fina mas firme o suficiente para agüentar todo aquele pano.
Olhava para Ele, comia, sentia a cane e molhava. Ela gostava daquele jogo.
- É Jezebel... Tem muitos Senhores que mandam submissas comerem em vasilhas, no chão.
- O Senhor quer que eu vá para o chão?
- Se quisesse teria mandado, não?
- Sim, Senhor. Teria, Senhor.
O jantar foi sem novidades. Comeram e conversaram por curtos 70 minutos.
Jezebel ainda comia quando Ele levantou discretamente, colocou uma coleira nela e a puxou para se levantar.
Ela levou um susto, levantou de pronto.
- Todas as vezes que eu levantar, todos se levantam.
Ela não conseguia falar, com os olhos arregalados apenas maneou a cabeça.
Foi levada ao pequeno tanque.
Recebeu a ordem de escovar os dentes e quando abaixou para pegar escovas recebeu um pacote em seu rosto e o comando para abrir.
Era uma escova usada em cachorro e um creme dental de baixíssima qualidade e péssimo sabor. Ou era de cachorro ou era medicinal. Não podia ser comum.
A salada, o peixe, as torradas quase voltaram.
Enquanto escovava, Ele batia em sua bunda com as mãos. Chegou a levantar seu vestido, mas somente olhou e bateu mais ainda.

(continua na próxima semana? - durante a semana volto para revisar e ilustrar.)

4 comentários:

  1. Senhor, essa parte foi tão excitante quanto assustadora, estou curiosa de quantas pessoas
    estariam nos bastidores.
    Acompanhando todos os deliciosos capitulos .
    Parabens pela criatividade

    {mila}MAGNO

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  2. Confesso que pela extenção , julguei que seria denso , mas no decorrer da leitura fiquei extremanete feliz pois pouco ou raros textos me prendem a leitura prazerosa .

    Como leio muito seria mais um hábito ,mas encontrei aqui prazer , partes entre sorrisos meus e até excitaçaõ pela sua maneira de escrever que agora , como vou dizer....Está mais pessoal , mais direta gosto desse seu novo estilo ,sem eufemismos ,encontrei sensibilidade não racional , até certo romantismo , veja só rsrsr...Qta coisa prazerosa encontrei.

    Espero que continue , vejo que a cada parte torna a historia mais incisiva , adoro textos evolutivos são sempre os melhores .

    beijos querido amigo
    gostei muito

    yar anjo

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  3. Absolutamente eletrizante, original, criativo, sensual e ousado. História deliciosa para ler e fantasia-la real.

    Respeitos Senhor GanoN.

    bj
    ana.mmk

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  4. Bom gosto tem este Senhor.

    Beijos carinhosos e respeitosos,

    ÍsisdoJun

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